Ao instituir a sua Igreja, Jesus, com certeza, não pensou nos
gigantescos templos luxuosos que as igrejas atuais estão construindo ou que já
foram construídas sobre uma exorbitante e vertiginosa quantia de dinheiro.
Talvez, Ele tenha olhado para o templo de Jerusalém e, sabendo da sua
destruição eminente, deve ter pensado na reconstrução de uma forma mais simples
e muito menos idolatrada.
Naquele tempo, o termo Igreja ainda não era utilizado comumente pelos
irmãos seguidores de Jesus e as reuniões aconteciam nas casas dos irmãos. Em
certas ocasiões ordenadas por Deus em sua palavra, o povo era conclamado a
reunir-se no templo a fim de oferecer sacrifícios para a expiação dos seus
pecados. Estas eram práticas da religião judaica do primeiro século.
O conceito de reuniões de pessoas foi adaptado das sinagogas judaicas,
onde os judeus se reuniam para estudar a Lei de Deus entregue por Moisés. As
reuniões aconteciam aos sábados e dividia os judeus em grupos espalhados em
diversas sinagogas por todas as cidades de Israel.
Com a instituição da Igreja por Jesus Cristo, o esquema de simplesmente
reunir-se para estudar a palavra de Deus foi incrementado com uma dose de
comunhão. Ao partir o pão de casa em casa, os seguidores do Senhor Jesus
estavam praticando a vida em comunidade que testificava acerca do amor aos
irmãos e, principalmente, do amor a Deus. E, depois da ascensão de Jesus aos
Céus, a Igreja tornou-se ainda mais unida a fim de celebrar o amor de Deus.
Ainda não fazia muito sentido o sacrifício de Jesus na cruz pelos nossos
pecados, mas o Espírito Santo já atuava diretamente no coração dos crentes
colocando um amor muito grande pelas pessoas que ainda não acreditavam. Um só
era o pensamento e, unânimes, os irmãos cristãos oravam para que os primeiros
missionários levassem a Palavra de Deus ao maior número de pessoas possível e
para que o evangelho fosse propagado.
Enfim, o Novo Testamento nos propõe um conceito de Igreja onde a vida
comunitária e o testemunho pessoal de cada crente testifica da obra de
libertação por meio da fé no sacrifício de Cristo e a santificação operada pelo
Espírito. O paradigma de Igreja ser somente uma simples reunião no templo, pois
somente ali havia a presença de Deus, foi quebrado quando o véu do templo foi
rasgado. Somos morada do Espírito Santo de Deus e, portanto, uma Igreja. Uma
grande responsabilidade, mas também uma grande bênção!
O desafio é ser uma Igreja genuína de Jesus Cristo nos dias atuais.
Diante de um cenário corrupto e depravado da humanidade contemporânea, somos os
‘chamados para fora’ (ekklesia, em
grego) das paredes limitantes do templo a fim sermos Igreja e levar o evangelho
da cruz aos que se encontram mortos espiritualmente.
Por: Pr Paulo Pedroso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário