sexta-feira, 12 de abril de 2013

O que é ser igreja no Novo Testamento?



   Ao instituir a sua Igreja, Jesus, com certeza, não pensou nos gigantescos templos luxuosos que as igrejas atuais estão construindo ou que já foram construídas sobre uma exorbitante e vertiginosa quantia de dinheiro. Talvez, Ele tenha olhado para o templo de Jerusalém e, sabendo da sua destruição eminente, deve ter pensado na reconstrução de uma forma mais simples e muito menos idolatrada.
   Naquele tempo, o termo Igreja ainda não era utilizado comumente pelos irmãos seguidores de Jesus e as reuniões aconteciam nas casas dos irmãos. Em certas ocasiões ordenadas por Deus em sua palavra, o povo era conclamado a reunir-se no templo a fim de oferecer sacrifícios para a expiação dos seus pecados. Estas eram práticas da religião judaica do primeiro século.
   O conceito de reuniões de pessoas foi adaptado das sinagogas judaicas, onde os judeus se reuniam para estudar a Lei de Deus entregue por Moisés. As reuniões aconteciam aos sábados e dividia os judeus em grupos espalhados em diversas sinagogas por todas as cidades de Israel.
   Com a instituição da Igreja por Jesus Cristo, o esquema de simplesmente reunir-se para estudar a palavra de Deus foi incrementado com uma dose de comunhão. Ao partir o pão de casa em casa, os seguidores do Senhor Jesus estavam praticando a vida em comunidade que testificava acerca do amor aos irmãos e, principalmente, do amor a Deus. E, depois da ascensão de Jesus aos Céus, a Igreja tornou-se ainda mais unida a fim de celebrar o amor de Deus. Ainda não fazia muito sentido o sacrifício de Jesus na cruz pelos nossos pecados, mas o Espírito Santo já atuava diretamente no coração dos crentes colocando um amor muito grande pelas pessoas que ainda não acreditavam. Um só era o pensamento e, unânimes, os irmãos cristãos oravam para que os primeiros missionários levassem a Palavra de Deus ao maior número de pessoas possível e para que o evangelho fosse propagado.
   Enfim, o Novo Testamento nos propõe um conceito de Igreja onde a vida comunitária e o testemunho pessoal de cada crente testifica da obra de libertação por meio da fé no sacrifício de Cristo e a santificação operada pelo Espírito. O paradigma de Igreja ser somente uma simples reunião no templo, pois somente ali havia a presença de Deus, foi quebrado quando o véu do templo foi rasgado. Somos morada do Espírito Santo de Deus e, portanto, uma Igreja. Uma grande responsabilidade, mas também uma grande bênção!
   O desafio é ser uma Igreja genuína de Jesus Cristo nos dias atuais. Diante de um cenário corrupto e depravado da humanidade contemporânea, somos os ‘chamados para fora’ (ekklesia, em grego) das paredes limitantes do templo a fim sermos Igreja e levar o evangelho da cruz aos que se encontram mortos espiritualmente.

Por: Pr Paulo Pedroso.

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